Dólar cai a R$ 5,40 em dia positivo para ativos domésticos com cenário eleitoral no foco (2025)

O dólar à vista encerrou o pregão desta quinta-feira em queda, em um dia em que os juros futuros recuaram e a bolsa apreciou após pesquisa eleitoral apontar mais chances de uma possível vitória do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na corrida presidencial do próximo ano, ainda que não haja definições oficiais sobre os candidatos. O ambiente externo também foi mais favorável para o enfraquecimento do dólar, com a moeda americana recuando na maioria dos mercados mais líquidos acompanhados pelo Valor.

O que teria impedido uma dinâmica de dólar mais fraco contra o real hoje foi a barreira psicológica de R$ 5,40, poucas vezes quebrada neste ano. Diante da aproximação do fim do mês e da disputa pela formação da Ptax amanhã, os investidores podem ter ficado mais cautelosos nos ajustes de posição neste nível.

Encerrados os negócios no mercado à vista, o dólar registrou queda de 0,19%, cotado a R$ 5,4062, depois de ter batido na mínima de R$ 5,3968 e encostado na máxima de R$ 5,4318. Já o euro comercial avançou 0,23%, a R$ 6,3158. O índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, recuava 0,40%, aos 97,836 pontos, no fim da tarde.

Desde o começo da sessão, o dólar teve dificuldade de assumir uma direção de maior ímpeto frente ao real. Na abertura, a moeda americana mostrou alguma volatilidade e o dólar oscilou perto da estabilidade ao longo de todo o dia. Operadores de câmbio disseram entender que, com a proximidade do fim do mês, os investidores podem estar mais cautelosos ao forçar alguma posição e quebrar uma barreira psicológica, a de R$ 5,40, quebrada apenas duas vezes no fechamento das negociações deste ano.

“Parece que estamos diante de uma barreira psicológica, mas acho que, se o dólar global continuar fraco, aqui a moeda americana vai acabar rompendo e a barreira passa a ser R$ 5,30 ou até R$ 5,20”, diz um gestor de moedas, acrescentando que os demais mercados parecem estar se beneficiando nos últimos dias de uma possível troca na orientação da política fiscal, com maior chance de Tarcísio de Freitas se eleger em uma possível candidatura à Presidência.

Hoje, os mercados de juros de bolsa se beneficiaram, entre outros motivos, da pesquisa AtlasIntel/Bloomberg, divulgada pela manhã, que apontou que, em eventual disputa de segundo turno, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 46,6% das intenções de voto contra 48,4% de Tarcísio.

Para o economista-chefe do C6 Bank, Felipe Salles, o enfraquecimento global do dólar, que marcou bem o movimento do câmbio brasileiro até agora neste ano, deve perder força nos próximos meses. “Os ventos, por ora, parecem que vão continuar soprando de forma mais favorável para o real, mas com menor intensidade, e há riscos de mudança rápida de direção”, afirma o profissional, ao se referir a chances de surpresas nos dados econômicos alterarem a perspectiva de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed).

“Já há alguns sinais incipientes de que neste terceiro trimestre, a economia americana possa voltar a crescer com mais força, da mesma forma que há sinais de que a inflação por lá vai subir nos próximos meses, então o cenário de corte de juros para o Fed é frágil”, afirma o economista.

Salles diz que outro fator que beneficiou o enfraquecimento do dólar neste ano foram as incertezas em torno da política econômica dos Estados Unidos, mas que o “grosso” do movimento já foi feito. “A grande surpresa, que levou os investidores a se movimentar, veio do tarifaço e com o aumento de gastos. Parece que daqui em diante as surpresas tendem a ser bem menores”, diz. “É no primeiro ano do mandato que o presidente acaba focando mais na própria agenda porque acaba sendo o período de mais popularidade. Além disso, no ano que vem há eleições parlamentares. Então, por conta desses dois fatores, ao meu ver, o ambiente tende a ficar mais calmo.”

Em se tratando do diferencial de juros, o economista do C6 diz ver como um fator reforçador do preponderante movimento global. “Mas esses juros elevados também têm um limite [em afetar o real positivamente]. Porque hoje, boa parte da dívida brasileira é indexada à taxa Selic. Isso significa que, se os juros sobem muito, cresce o impacto no pagamento da dívida, que fica mais cara. Com o aumento da dívida, há também aumento na percepção de deterioração fiscal, ou seja, uma percepção de maior risco. Cresce o prêmio de risco.”

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